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Filhos de Berlusconi revoltados com expulsão do pai

Silvio Berlusconi refundou o seu antigo partido Força Itália para contornar as divisões no partido Povo da Liberdade
Silvio Berlusconi refundou o seu antigo partido Força Itália para contornar as divisões no partido Povo da LiberdadeFotografia © Reuters

Os filhos de Silvio Berlusconi uniram-se ontem ao pai depois de ele ter sido expulso do Senado italiano, ao fim de 20 anos de carreira parlamentar, e lançaram afirmações de revolta e condenação.

Tanto a filha mais velha, Marina, que lidera a Fininvest, uma das empresas da família, como Pier Silvio, diretor da Mediaset, o império de Media de Berlusconi, publicaram comunicados de revolta.

"Este país e a sua democracia deviam ter vergonha daquilo que o meu pai está a sofrer", afirmou Marina, de 47 anos, que negou os rumores de que possa vir a suceder a Berlusconi.

"O meu pai já não é senador, mas o voto de hoje não vai certamente afetar a sua liderança", disse, acrescentando que a expulsão foi "uma mancha que vai pesar na história" de Itália.

Já Pier Silvio, com 44 anos, disse que estar "profundamente magoado" com a decisão: "Eu sei quem o meu pai é verdadeiramente e, acima de tudo, o que fez pelos empresários italianos e pelo nosso país".

Marina e Pier Silvio, que raramente falam publicamente sobre o pai, são ambos filhos do primeiro casamento de Berlusconi, com Carla Dall'Oglio.

Senado da Itália cassa mandato do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi

 

ROMA - A medida contou com o apoio do Partido Democrata do atual primeiro-ministro italiano Enrico Letta; do Movimento 5 Estrelas; e do grupo Eleição Cívica...

Senado da Itália cassa mandato do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi

Senado da Itália cassa mandato do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi

ROMA - O Senado italiano decidiu nesta quarta-feira (27) destituir do cargo de senador o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi depois de ter sido condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal.

O Senado, a Câmara Alta do Parlamento italiano, rejeitou nove propostas apresentadas por vários senadores para que não fosse aplicada a Berlusconi a chamada “Lei Severino”, aprovada pelo governo anterior liderado por Mario Monti, que estabelece a expulsão do Parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão.

A decisão de afastar Berlusconi foi anunciada pelo presidente do Senado, Pietro Grasso.

A medida contou com o apoio, entre outros, do Partido Democrata do atual primeiro-ministro italiano Enrico Letta; do Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo; e do grupo Eleição Cívica, do ex-primeiro-ministro Mario Monti.

Votaram contra, entre outros, o Forza Italia, partido do antigo governante; a Liga Norte e os antigos parceiros políticos do "Il Cavaliere" (que significa o cavaleiro, apelido de Berlusconi), o grupo Novo Centro-Direita, liderado pelo vice-primeiro-ministro italiano e "delfim" político de Berlusconi, Angelino Alfano.

“É um dia amargo, um dia de luto”, disse Silvio Berlusconi, com a mão sobre o coração, dirigindo-se aos seus apoiadores concentrados em Roma.

“É um dia de luto para a lei, para o direito, para a democracia”, repetiu o antigo governante, diante de milhares de apoiadores.

No dia 1º de agosto, o Tribunal Supremo da Itália confirmou a condenação de Berlusconi a quatro anos de prisão por fraude fiscal no âmbito do caso Mediaset.

O caso Mediaset remonta a 2006, quando a empresa de Berlusconi foi acusada de inflacionar o preço dos direitos de transmissão de filmes norte-americanos, adquiridos através de sociedades também depropriedade do político, também conhecido como "Il Cavaliere".

Na segunda-feira, Berlusconi, de 77 anos, anunciou que ia pedir a revisão do processo, afirmando que detinha novos documentos sobre o caso.